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Culinária Paraense: 
Encanto de Cheiros e Sabores.

Por: Liliana Manuele Nascimento de Nazaré*

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A culinária paraense, assim como das demais regiões brasileiras, passou por um processo de modernização, na qual, são salientadas novas técnicas, novos ingredientes e novas percepções, que são estabelecidas pelo processo histórico de identificação por cada Região. Nesse sentido, Macêdo (2016) enfatiza que a comida paraense é uma comida mestiça, devido ter sua origem nas formas e ingredientes indígenas, mas que receberam transformações ao longo do tempo pelos povos africanos, portugueses, espanhóis e entre outros que por aqui passaram.

O Pará apresenta uma gastronomia rica em seus cheiros e sabores, podendo ser reconhecida pelos seus pratos típicos, que ao serem preparados, trazem consigo as lembranças e a resistência da cultura paraense, sendo elas orgulho de todo seu povo. Desse modo, destacam-se alguns dos pratos típicos, como: a Maniçoba, o Pato no Tucupi, o Tacacá, o Vatapá Paraense e o Caruru Paraense.

No entanto, é de extrema importância destacar outros ingredientes da floresta Amazônica que compõem a culinária cotidiana do paraense, tais como: o Açaí, que acompanhado por carnes, peixes, camarão salgado ou mortadela pode ser servido como prato principal; a Farinha D’água, que acompanha quase toda comida paraense; a Goma da Tapioca que é usada como um dos ingredientes do tacacá, assim como é usado para fazer o beiju de tapioca, sendo comumente consumido no café da manhã ou da tarde; bem como a Farinha da tapioca que pode ser consumida com açaí e com café.

 Ademais, podemos citar algumas das plantas condimentares e frutas regionais que integram a pluralidade local. Para isso, podemos destacar como as principais plantas condimentares mais presentes na culinária do paraense, o Jambu, a Alfavaca, a Chicória, o Coentro, o Cheiro-verde e a Cebola em folhas. A região Norte possui uma vasta variedade em frutos e frutas que podem ser consumidas in natura ou em forma de sucos, doces ou sorvetes. Os principais frutos que marcam a região são: Maga, Jambo, Cupuaçu, Bacuri, Buriti, Murici, Taperebá, Cacau, Ingá, Açaí, Pupunha (MULLER, 2018).

Para os paraenses, no dia 18 de maio de 2021 foi um dia de conquista, pois o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu o pedido de Indicação Geográfica (IG) para a Farinha de Mandioca de Bragança, sendo está delimitada nos municípios paraenses de Augusto Corrêa, Bragança, Santa Luzia do Pará, Tracuateua e Viseu. Que juntamente aos outros Indicadores Geográficos como: o Cacau de Tomé-Açu, o Queijo do Marajó e o Guaraná da Terra Indígena Andirá Marau, que pertence ao Amazonas e ao Pará, proporcionam reconhecimento para o estado.

Dessa maneira, é elucidada a importância que a arte de fazer comida ocasiona para a Região, promovendo a sua valorização e a sua representatividade cultural, social e econômica. Sendo estes os resultados de uma constante luta, a qual é transmitida seu legado de geração em geração, e que busca priorizar as características locais, bem como a relevância de comemorar as suas conquistas por meio dos encontros culinários que unem famílias e amigos.

                                                                                                     

REFERÊNCIAS.

 

Disponível em: https://agenciapara.com.br/noticia/28484/. Acesso em 20 de out. 2021.

 

MACÊDO, Sidiana da Consolação Ferreira de. A COZINHA MESTIÇA. UMA HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO EM BELÉM. (FINS DO SÉCULO XIX A MEADOS DO SÉCULO XX). 2016. 323 f. Tese de (Doutorado em História) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.

 

MÜLLER, Josely Luz. A IMPORTÂNCIA DA GASTRONOMIA COMO PATRIMÔNIO CULTURAL: UMA ANÁLISE DA CIDADE DE BELÉM DO PARÁ. 2018. 85 f. Trabalho de Conclusão de Curso ( Bacharelado em Turismo), Curitiba, 2018.

Foto: https://www.instagram.com/amazonianacuia/

*Bolsista Grão-Belém / Acadêmica da Faculdade de Geografia, UFPA- Ananindeua.

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