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Parques e Bosques urbanos de Belém.

Por: Ednan Carlos de Lima Pedreira.*

É incrível como o Estado do Pará, que é agraciado por estar dentro da floresta Amazônica e isso é motivo de orgulho para todos os paraenses, possui uma capital que tem um certo descaso com as áreas verdes que a cidade possui. Preservar esses espaços é de suma importância não apenas para o meio ambiente, mas também para a sociedade que vive na cidade de Belém. O poder público não pode ignorar isso, cabe à ele a criação de políticas públicas para a manutenção das áreas verdes de Belém.

 

Neste artigo, pegaremos os parques e o bosque urbanos como exemplos de áreas verdes na capital paraense, já que nos últimos anos o poder público tem se esforçado para criar áreas de conservação como parques urbanos. Deles eles, destacam-se: o Parque Ambiental de Belém, conhecido como Parque do Utinga, sendo o maior da capital com 1.2 mil hectares; o Bosque Rodrigues Alvez, com 15 hectares; o Parque Ecológico de Belém, com 12 hectares; e o Parque do Museu Paraense Emílio Goeldi, com apenas 5 hectares.

 

Esses parques e bosque são fragmentos remanescentes da floresta nativa que antes vivia aqui Porém com a expansão da cidade e o crescimento da urbanização esses fragmentos foram ficando mais e mais isolados, representando hoje completamente isolados uns dos outros, sofrendo muito com o efeito de borda que afronta a biodiversidade nesses espaços. A exemplo disso está o Bosque Rodrigues Alvez, que possui uma borda de 60 metros à dentro do seu território, reduzindo a área considerada perfeita para criação de animais e vegetais à apenas 7 hectares. Os Parques Ecológico de Belém e do Utinga também sofrem com esse efeito de borda, tendo 24% do seu território exposto aos agentes exteriores à ele.

 

O Parque Utinga é um dos que se encontram em melhor estado de conservação, sendo de total importância para parte da cidade de Belém, pois é lá onde a COSANPA (Companhia de Saneamento do Pará) tem uma base, drenando a água que abastece a cidade dos lagos Bolonha e Água Preta. O parque foi reaberto recentemente para visitação da comunidade, mesmo com opiniões contrárias a sua abertura, pois a circulação de pessoas no local pode comprometer a conservação do parque. Contudo, a diretoria do Parque acredita que é muito importante que a comunidade belenense visite o espaço do parque, para que assim perceba a sua importância social e ambiental.

 

O caso mais sério é o do Museu Paraense Emílio Goeldi, por se configurar o fragmento mais isolado, estando a 2 km do mais próximo, que seria o Bosque Rodrigues Alvez. Segundo uma matéria do jornal O Liberal, no ano passado o Museu esteve preste a fechar, por falta de verba, graças ao corte de 44% feito pelo governo federal no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). Este ano, entretanto, o portal de notícias G1, publicou a notícia que o Museu Paraense Emílio Goeldi receberá a verba de 400 mil reais para o funcionamento do aquário.

 

Esses espaços em Belém tem inúmeros benefícios para a manutenção da [GEO1] cidade. As plantas, além de cuidar do solo e do meio ambiento, fazendo a proteção do solo, cuidando da purificação do ar e ajudando a controlar a temperatura local, também representam um refúgio para os moradores de todo o caos da cidade. A comunidade precisa prestar atenção em tudo que for agressivo à esses espaços, como a poluição que, nos últimos anos, com o crescimento descontrolado das cidades, tem aumentado e oferece prejuízos à esses espaços, além do descaso da administração do município. Em visita à esses parques e bosque tomamos conhecimento dos cortes de orçamento que são feitos nos mesmos, além de matérias nos jornais que constantemente informam da falta de cuidado para essas áreas verdes.

É necessário que a população de Belém, juntamente com a gestão pública, conscientize-se, para que esses espaços não venham a desaparecer, e assim a “Cidade das Mangueiras” não venha perder o seu verde característico tanto encanta.

* Bolsista PIBEX Grão-Belém/ Acadêmico da faculdade de Geografia, UFPA-Ananindeua.

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