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Por: Ednan Carlos de Lima Pedreira.*

Santa Izabel Do Pará

Santa Izabel do Pará é um dos municípios que compõe a Região Metropolita de Belém (RMB), no nordeste do Pará. Cortado pela BR-316, faz fronteira com: Benevides, Santa Bárbara do Pará, Santo Antônio do Tauá e Bujaru. Está localizado nas coordenadas Lat. -1.29938 Long. -48.161, distante aproximadamente 42 km da capital Belém. Segundo dados do IBGE (2018), o município possui uma unidade territorial de 717,662 km². Em 2019 contava com uma população estimada de 70.801 pessoas (IBGE, 2019), demonstrando um aumento no que diz respeito a população do município registrado no último censo, na qual em 2010 registrou 59.466 de pessoas (IBGE, 2010).

Santa Izabel do Pará (SIP) possui uma densidade demográfica de 82,86 hab/km². Os munícipes são chamados de “isabelenses”. O município, além da sede, possui dois distritos que são: Caraparu e Americano. Santa Izabel (como também é chamado o município) também é chama de “Cidade dos Igarapés”, por conta da riqueza natural que encanta moradores e turistas. A consolidação de Santa Izabel como município data no ano de 1934, onde de distrito da capital Belém passou a ocupar a posição de município.

 

História

O nome Santa Izabel segundo histórias contadas por populares e registradas no site do IBGE vem de duas origens. A primeira seria por conta de homenagem à Rainha Izabel, monarca católica de Portugal que foi canonizada, cujo a imagem teria sido trazida até o local onde foi fundada Santa Izabel do Pará. A segunda origem advém de contos orais que fazem menção a uma escrava chamada Isabel, que por ser tão dedicada ao seu senhor e fazer o bem tão grande aos moradores locais, foi chamada de santa.

O município de Santa Izabel do Pará primeiramente teve a categoria de vila decretada em 1899, através da Lei Estadual nº 646 de 6 de junho do mesmo ano, pertencente ao município de Belém (SANTAIZABEL, 2020). Foi emancipado no dia 7 de janeiro de 1934, logo depois da construção da ferrovia Belém-Bragança, “até hoje, a avenida da República, a principal da cidade, guarda lembranças, como os trilhos por onde a ferrovia passava, em frente à igreja matriz de Santa Izabel” (G1, 2016).

“Atrás da Igreja Matriz já passava desde o início lá do século 17 o caminho do Maranhão, que ligava Belém ao Maranhão, o que facilitou a entrada dos colonizadores, então, eles vêm, povoam e o governo vem depois com a estrada de ferro para ligar Belém a Bragança", explica a pesquisadora de historiografia Minervina Soares.” (G1, 2016).

 

Interessante saber que anteriormente à isso, “pela Lei nº 565 de 30 de dezembro de 1931, Santa Izabel teve a categoria de Município, envolvendo todo o núcleo colonial de Nossa Senhora do Carmo em Benevides, indo fazer extrema com o município de Igarapé-Açú através do rio Jambú-Açú” (SANTAIZABEL, 2020).

Em 1931, Santa Izabel assume a categoria de município pela primeira vez se desligando do município de Belém. Porém esta nova condição de Santa Izabel desagradou os moradores de Castanhal, que alegavam que Castanhal, até então distrito, merecia a categoria de município por ser a “cidade que mais cresce”. Assim, Magalhães Barata, interventor do estado do Pará, através do decreto-lei de número 600, datado em 28 de janeiro de 1932, “tornar sem efeito a Lei 565 e transferir a sede do mesmo município, já instalado pele prefeito Francisco Rodrigues de Assis, para Castanhal, isto é, era pelo referido ato criado o município de Castanhal, voltando Santa Izabel a condições de distrito municipal de Belém (SANTAIZABEL, 2020)”.

Porém, agora em definitivo, “em 8 de dezembro de 1933 pelo Decreto-Lei nº 1.110 do interventor Magalhães Barata foi reestabelecido em caráter definitivo o município de Santa Izabel” (SANTAIZABEL, 2020). Seu território começava na antiga ferrovia Belém-Bragança, abrangendo a área da sesmaria Providência, respectivo a área que atualmente é o Coqueiro indo à 8ª travessa do núcleo Nossa Senhora do Carmo em Benevides, possuindo os seguintes distritos: uma parte dos rios Tauá, Aracy e Aurá; assim como Ananindeua, Benevides, Caraparu e sua sede (SANTAIZABEL, 2020).

A consolidação do município se deu no dia 7 de janeiro de 1934, contando com a presença Major Magalhães Barata, interventor do Estado do Pará, e do Capitão Nelson Melo, interventor do Estado do Amazonas, além de vários outros líderes políticos e militares. Na ocasião, foi empossado o Capitão Noé Fernandes de Carvalho como o primeiro prefeito de Santa Izabel do Pará. Interessante destacar que a vila de Americano foi anexado ao município de Santa Izabel a pedido dos moradores, onde o Estado pela lei de número 1.260 de 4 de abril de 1934, tomou o distrito Americano de Castanhal e anexou a Santa Izabel, esta mesma lei alterou o que diz respeito às fronteiras entre Santa Izabel e Castanhal (SANTAIZABEL, 2020).

Pelo decreto número 2.927 de 31 de março de 1938, o distrito de Santa Izabel foi elevado à categoria de cidade, porém ainda sendo pertencente a Comarca de Castanhal. Entre 1939 e 1943, foi tirado do município de Santa Izabel do Pará uma parcela do seu território e anexado a Belém. Em 1943, com a criação de novos municípios através da lei estadual nº 4.405 de 30 de dezembro do mesmo ano, desligaram de Santa Izabel todo território que formaria o município de Benevides (SANTAIZABEL, 2020).

A extinção da estrada de ferro em 1965, por conta do progresso da indústria automobilística no país e a abertura da rodovia Belém-Brasília, assim como outras vias que ajudaram na circulação das mercadorias, entre essas destacando frutas, frangos e produção de farinha de tapioca, além de outros derivados da mandioca. Isso tudo ajudou com que o título centenário de maior produtora de farinha de tapioca do Brasil fosse mantida. "A partir daí, de 1916, a farinha caiu no gosto popular, aumentou tanto a produção que passou a ser em um período que era o principal meio de sobrevivência do povo de Americano e ampliou também para Santa Isabel" (G1, 2016).

 

Formação Administrativa

Nos registros destacados pelo IBGE (2020) Santa Izabel está presente no município de Belém como distrito. Sendo transformado em vila, ganhando o nome de Santa Izabel por meio do decreto Estadual n.º 565 de 30 de Dezembro de 1931, quando se desligou de Belém e teve sua sede sendo a antiga vila, instalada em 02 Janeiro de 1932 (IBGE, 2020). Através do Decreto Estadual n.º 600 de 28 janeiro de 1932, a vila de Santa Izabel foi novamente anexada ao município de Belém. Mas em uma nova divisão do ano de 1933, Santa Izabel é novamente colocada como município e a vila é elevada à distrito sede (IBGE, 2020).

Na divisão de 31 de dezembro de 1936 e também 31 de dezembro de 1937, Santa Izabel é formada por 6 distritos, sendo eles: Santa Isabel, Americano, Ananindeua, Benevides, Benfica e Caraparu. Mas através do decreto-lei do Estado n.º 2.972, datado de 31 de março de 1938, é formado o distrito de Araci e integrado ao município de Santa Isabel. Porém, são retirados de Santa Izabel e anexados à Belém os distritos de Ananindeua, Benfica e Engenho Araci, por causa do deecreto-lei Estadual n.º 3.131, de 31 de Outubro de 1938 (IBGE, 2020).

No período de 1944 a 1948, Santa Izabel é constituído de 4 distritos: Santa Isabel, Americano, Benevides e Caraparu. Através do decreto-lei Estadual n.º 4.505, de 30 de dezembro de 1943, Santa Izabel é renomeado de João Coelho e, ainda pela mesma medida o distrito de Benevides é desanexado do município e passa a configura o então novo município de Ananindeua (IBGE, 2020). Em divisão territorial registrada em 1 de dezembro de 1950, João Coelho (Santa Izabel) é formado por 3 distritos: João Coelho, Americano e Caraparu (IBGE, 2020).

Mas através da Lei estadual n.º 2.160, de 10 de janeiro de 1961, o então município de João Coelho foi novamente renomeado, agora sendo registrado como Santa Izabel do Pará. Sendo registrado em divisão territorial de 31 de Dezembro de 1963, o município sendo constituído por 3 distritos: Santa Izabel do Pará, Americano e Caraparu. Assim permanecendo até a divisão territorial mais recente datada em 2015 (IBGE, 2020).

 

Economia

Santa Izabel do Pará possuía uma renda per capita em 2017, segundo o IBGE, de aproximadamente R$ 10.441,16, com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,659, em 2010. Em média o salário mensal dos trabalhadores formais em 2017 foi de 1,8 salários mínimos, porém, somente 7.871 pessoas constaram nas pesquisas do IBGE como ocupadas, ou seja, 11,4% da população total. O percentual da população com renda mensal per capita de até 1/2 salário mínimo, com os impostos já descontados, em 2010 foi de 47,2 % (IBGE, 2010). “Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 98 de 144 e 30 de 144, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 2999 de 5570 e 2992 de 5570, respectivamente” (IBGE, 2017).

Segundo Justiniano, Farias e Pena (2014), a economia do município aparece crescente nos últimos anos, em que percebeu-se o aumento do mercado informal. A chegada de grandes empresas que atuam em vários setores gerou empregos para a população, como: criação de aves, “fábrica de colchões, forro PVC, um matadouro (que nos últimos anos tem provocado constantes constrangimentos ambientais), uma fábrica de sabão e outra de café” (JUSTINIANO; FARIAS; PENA, 2014).

Mesmo com muitas empresas chegando no município que pode ser entendido como uma “cidade pequena”, alguns pequenos produtores ainda mantem a tradição do município na produção de hortaliças, bovinos, suínos, equinos e aves. (JUSTINIANO; FARIAS; PENA, 2014). Ainda de acordo com os autores, Santa Izabel do Pará também é destaque na produção de ração, conseguindo abastecer a demanda interna e externa do mercado estadual.

 

Cultura

Santa Izabel do Pará é um município muito religioso que, segundo dados do IBGE no censo em 2010, existia em seu território uma comunidade de católicos com 35.417 pessoas, sendo 59,56% dos munícipes locais (IBGE,2010). Dentre os adeptos ao catolicismo em Santa Izabel, existem dois diferentes grupos que são: os Católicos Apostólicos Romanos (95,5%) e os Católicos Apostólicos Brasileiros (4,45%). A comunidade evangélica, segundo IBGE (2010), era de 18.377 pessoas, o que representava cerca de 30,9% da população total do último censo.

Dentro da comunidade evangélica, 79,7% são de instituições pentecostais e 9,09% são de Instituições denominadas Missionárias, além de que 11,21% são de instituições evangélicas não determinadas. Outras crenças também estão presentes no município, segundo o IBGE (2020), tais como: Candomblé e umbanda (0,11%), testemunhas de Jeová (0,20%), tradições esotéricas (0,01), outras religiões afro-brasileiras (0,03%) e sem religião (7,77%).

O Círio de Santa Izabel ocorre no primeiro domingo de julho e o Círio de Nossa Senhora do Carmo no dia 26 do mesmo mês, ambas consideradas datas importantíssimas para os fiéis locais. Uma outra festividade religiosa bastante marcante no município é o Círio de Nossa Senhora da Conceição de Itá, celebrado no segundo domingo de maio, onde ocorre uma procissão com saída do povoado do Carmo em direção à Caraparú. O Círio de Nossa Senhora da Conceição acontece na Vila de Americano em novembro, juntamente com o característico arraial (JUSTINIANO; FARIAS; PENA, 2014).

Uma festa de Caráter popular é a Festa das Flores, realizada no fim de maio e que alegra a comunidade local, atraindo visitantes de todos os lugares da região. O artesanato é uma atividade presente em Santa Izabel, destacando a produção de entalhos em madeira, porém essa atividade não aparece como um elemento característico do município (JUSTINIANO; FARIAS; PENA, 2014.

 

Hino do Município de Santa Izabel do Pará

LETRA: Nestor Herculano Ferreira

MÚSICA: Eliel carvalho Pinheiro

ARRANJO: Sgtº Oliveira e Jacó Santos

 

I

 

Terra de um povo juvenil

Santa Izabel do Pará

Deste imenso Brasil

Tu és Santa Izabel varonil

 

Refrão

 

Oh! Minha terra natal

Abençoada por Deus

És o meu lindo troféu

Que jamais emudeceu

 

II

 

Nasceste na selva amazônica

Terras de bravos guerreiros

Teu pavilhão honraremos

Lembrando o 7 de janeiro

 

III

 

Te proclamamos município

Terra da tribo Tupi

Teus filhos te horarão

Mesmo diante de ti

*Bolsista Grão-Belém/Acadêmico da Faculdade de Geografia, UFPA-Ananindeua.

Referências Bibliográficas:

G1. Conheça as belezas e as histórias do município de Santa Izabel do Pará. É DO PARÁ. Disponível em: http://g1.globo.com/pa/para/e-do-para/noticia/2016/11/conheca-belezas-e-historias-do-municipio-de-santa-izabel-do-para.html. Acessado em: 10 de Março de 2020.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. História do município de Santa Izabel do Pará. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/santa-izabel-do-para/historico. Acessado em: 13 de março de 2020.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo de 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/santa-izabel-do-para/panorama. Acessado em: 13 de março de 2020.

SANTA IZABEL, Prefeitura Municipal de. História. Disponível em: https://www.santaizabel.pa.gov.br/historia. Acessado em: 10 de Março de 2020.

JUSTINIANO, John Wallayn dos Santos; FARIAS, Evandro Wernner Campelo; PENA, Heriberto Wagner Amanajás. ANÁLISE DA DEMANDA PRODUTIVA NO ESTADO DO PARÁ – MUNICÍPIO DE SANTA ISABEL DO PARÁ, AMAZÔNIA – BRASIL UEPA. PA. Economia do Brasil. Revista Acadêmica de economia. ISSN 1696-8352. 2014. Disponível em: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/14/economia-santa-isabel.html. Acessado em 13 de março de 2020.

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